quarta-feira, 30 de maio de 2012

A IGREJA PRECISA DE MEMBROS COMO ESTEVÃO

Estevão certamente se enquadrou no perfil daqueles a quem o autor aos Hebreus se refere: “dos quais o mundo não era digno” (Hb 11:38).
I. UMA VIDA ÍNTEGRA
No capítulo 6 de Atos temos o relato de como a comunidade cristã lidou com uma dificuldade que surgiu face ao crescimento do número de discípulos. Os apóstolos sugeriram à Igreja a escolha de 7 pessoas que pudessem se responsabilizar por aquela importante área. O verso 3 contém o perfil dos tais varões a serem indicados pela Igreja: de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”.
Destaco por hora uma das qualidades: “boa reputação”. A Igreja continua carecendo de ter à frente pessoas de boa índole cristã, irrepreensíveis, de boa reputação. Exatamente como Daniel, no AT e Estevão, no NT. Pessoas que se coloquem como referenciais para dizerem como Paulo: Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. (I Co 11:1).
A integridade de Estevão era tanta que o recurso usado pelos incrédulos judeus foi o de subornar falsas testemunhas contra ele: Então subornaram uns homens, para que dissessem: ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. (At 6:11).
II. UM HOMEM CHEIO DO PODER DO ESPÍRITO SANTO
Observe nos dois capítulos bíblicos que fazem menção a Estevão como o fato dele ser cheio do poder do Espírito Santo é realçado:
E elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo... (6:5);
E Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. (6:8);
E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava... (6:10);
Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus. (7:55)
Uma vida cheia do Espírito é conseqüência de se viver integralmente para o Senhor (como visto no 1o. ponto). Estevão não cometia o erro que denunciou nos judeus para quem ele testemunhou no conselho: vós sempre resistis ao Espírito Santo (7:52).
Fé, poder, autoridade, milagres, prodígios, sinais, sabedoria... são qualidades que encontramos neste homem, tudo decorrência da ação do Espírito Santo em sua vida.
A Igreja precisa de pessoas que se submetam ao Espírito de Deus. O Espírito é o responsável por transformar tais vidas, como transformou Saul em I Samuel. A palavra que o profeta Samuel deu ao jovem benjamita, que não conseguira encontrar as jumentas perdidas de seu pai e por isso recorreu ao profeta foram: (I Sm 10) E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e te mudarás em outro homem (v. 6). Sucedeu pois que, virando ele as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro: e todos aqueles sinais aconteceram naquele mesmo dia (v. 9). E aconteceu que, como todos os que dantes o conheciam viram que eis que com os profetas profetizava, então disse o povo, cada qual ao seu companheiro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas? (v. 11).
III. UM HOMEM CHEIO DE AMOR
O que o texto bíblico de Atos 7:59 e 60 relata me parece suficiente para dizer com certeza que Estevão tinha uma grande unção de amor. Sua última oração assemelha-se à que Jesus fez na cruz: E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu (60). (Lc 23:34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...)
Este unção leva a pessoa a servir aos irmãos e a buscar os perdidos com o Evangelho. E isto Estevão fez muito bem.
No capítulo 8 temos a referência ao sepultamento do corpo de Estevão (que não morreu, mas “adormeceu”): E uns varões piedosos foram enterrar Estevão, e fizeram sobre ele grande pranto (v. 2). Ninguém é insubstituível na Igreja, afinal, Jesus é a pedra angular. Por outro lado, pessoas como Estevão fazem muita falta. Deixam muitas saudades.
Muitas lições podemos tirar do episódio do encontro de Jesus com Pedro, após a ressurreição, junto ao mar de Tiberíades, conforme João 21:15ss. Três vezes o Senhor inquiriu a Simão: amas-me? Após cada resposta dada por Pedro, o Senhor disse a mesma coisa: Apascenta as minhas ovelhas. A ausência deste amor tornaria qualquer ministração de Pedro junto ao rebanho inócua.
Que o Senhor encha esta Igreja de crentes como Estevão: vida íntegra, cheios do Espírito Santo e amor.

À Procura da Felicidade

Um homem não conseguia encontrar a felicidade em lugar nenhum. Um dia ele resolveu sair pelo mundo à procura da felicidade. Fechou a porta da sua casa e partiu com a disposição de percorrer todos os caminhos da terra até encontrar o lugar de ser feliz. Aonde chegava reunia um grupo a quem explicava os planos que tinha para ser feliz.Afirmava que seus seguidores seriam felizes na posse de regiões gigantescas, onde haveria montes de ouro. Mas o povo lamentava e ninguém o seguia. No dia seguinte novamente partia. Assim, foi percorrendo cidades e cidades, de país em país, anos a fio. Mas um dia percebeu que estava ficando velho sem ter encontrado a felicidade. Seus cabelos tingiam-se de branco, suas mãos estavam enrugadas, suas roupas esfarrapadas, os calçados aos pedaços.Além disso, estava cansado de procurar a felicidade, tão inutilmente. Enfim, depois de muito andar, parou em frente de uma casa antiga. As janelas de vidro estavam quebradas, o mato cobria o canteiro do jardim, a poeira invadia quartos e salas. Ele olhou e pensou que ali, naquela casa desprezada e sem dono, ele construiria a sua felicidade: arrumaria o telhado, colocaria vidro nas janelas, pintaria as paredes, cuidaria do jardim. "Vou ser feliz aqui" disse ele. E o homem cansado foi andando até chegar a porta. Quando entrou, ficou imóvel, perplexo! Aquela era a sua própria casa, que ele abandonou há tantos anos à procura da felicidade. Então ele compreendeu que de nada tinha adiantado dar a volta ao mundo,

Vinho Novo e as Macedónias de Deus

Quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele. Isa. 65:8.
Muitos anos atrás, Charles E. Welch e esposa, jovens ainda, aceitaram o chamado para trabalhar num campo missionário da África. Durante o exame médico da esposa, entretanto, descobriu-se que ela não suportaria um clima quente e húmido sem pôr em risco a sua saúde. O chamado foi cancelado. Frustrado, mas decidido a servir ao Senhor em algum outro setor, o marido começou a procurar maneiras de ganhar dinheiro para que ele e sua esposa pudessem contribuir na disseminação das boas novas da salvação em terras estrangeiras.

Antes do desapontamento, Thomas B. Welch, pai daquele jovem, dentista e abstémio, havia feito experiências no sentido de evitar que o suco da uva fermentasse. Ele cria que o uso do vinho na Santa Ceia era incompatível com o ensino bíblico acerca das bebidas alcoólicas.
Charles, então, assumiu as experiências de seu pai e dedicou tempo e energias a esse projeto. Oportunamente, ele obteve sucesso além das expectativas. O casal Welch contribuiu com milhares de dólares para as missões estrangeiras a partir da venda do famoso Sumo de Uva Welch.

Uma coisa parecida aconteceu com os primeiros missionários que levaram o evangelho à Europa. Você recorda: Paulo e Silas haviam decidido ir para a Bitínia, uma região situada onde agora está o noroeste da Turquia, mas quando tentaram ir, "o Espírito de Jesus não o permitiu". Atos 16:7. Talvez nunca cheguemos a compreender todas as razões que o Espírito Santo tinha para impedi-los de ir para a Bitínia, mas daí, quando consideramos a colheita de almas na Macedónia por terem obedecido a voz do Espírito, é possível que comecemos a entender.

Você já passou pela experiência de ver um plano seu fracassar, um plano que aparentemente estava em harmonia com a vontade de Deus, para depois descobrir que Ele tinha outra coisa em mente para a sua vida? Diz a Inspiração que "nossos planos são com frequência frustrados, a fim de que sejam cumpridos os planos de Deus a nosso respeito". - A Ciência do Bom Viver, pág. 473.
Sim, podemos ter nossas Bitínias, mas Deus tem as Suas Macedónias.

A MISSÃO DA IGREJA É MISSÕES

1º Pedro – 2: 9
Quando pensamos porque a igreja existe, logo nos vem ao pensamento a palavra de Pedro: "a fim de proclamardes as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2.9). A primeira frase diz o propósito de Deus para nós. "Afim de" significa finalidade, objetivo, razão de existir. Alguém perguntaria "porque Deus nos salva e logo nos envia a testemunhar aos outros?" A Bíblia diz que Ele nos salvou para sermos uma nação santa, povo de propriedade exclusiva Dele, ou seja, ministros, embaixadores (representantes) do Reino de Deus e nos envia para alcançar os outros. Ele os ama e quer chamá-los também para o seu Reino. E nós - e não os anjos - temos o privilégio de sermos "mensageiros de Deus", representantes do Reino (nação) celestial. EXPRESSÃO DO AMOR DE DEUS
1) - Missões é expressão do amor de Deus. A essência de Deus é amor. O maior ato de amor é dar a sua vida pelo outro. O amor move os nossos corações pelos outros para ajudá-los, através de atos concretos e interesses genuínos, a compreender o amor de Deus.

AMOR
2) - A fé opera pelo amor (Gal 5.6). Essa afirmação das Escrituras explica o principio ativo (eficaz) de missões. Quando amamos de verdade algo misterioso é comunicado ao coração do outro e aí então acontece a conversão, vontade de servir, de imitar a fé do outro, de viver para Cristo. A fé meramente intelectual é fria, não gera vidas transformadas, apenas convence a mente. Não muda radicalmente o coração. A tendência é tornar-se morta. Ser reformado é bom, mas ser transformado é melhor, ser calvinista é correto, mas amar o próximo agrada mais a Deus.

RELACIONAMENTO AMOROSO
3) - Missões não é estratégia. É relacionamento amoroso. Muitos lêem livros sobre evangelismo, métodos e técnicas mas são pouco eficazes na evangelização. Outros nunca leram um só livro sobre o assunto mas são frutíferos porque os seus corações estão cheios de amor fraternal e prontos a suprir certas necessidades. O que está no coração transborda para o outro. Amor é o melhor método evangelístico. O amor é mais forte que o poder das trevas.

ESTILO DE VIDA
4) - Missões não é programa. E estilo de vida. Não estamos falando de missões porque recentemente tivemos um mês (agosto) dedicado a isso. Queremos viver missões. Para isso, precisamos pedir a Deus um coração e uma mente missionária para imitar o que Paulo viveu: "Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos a fim de ganhar o maior número possível...fiz-me tudo para todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele". (1 Co. 9.19,22-23) É isso que Jesus espera de nós, viver para Ele.

GLÓRIA DE DEUS
5) - Missões é para manifestar a Glória de Deus. Não estamos buscando adeptos para a nossa religião. Não estamos querendo ser a maior e a mais importante igreja da cidade, nem estamos a procura de poder ou prestígio. Queremos obedecer a Palavra de Deus: "Portanto quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus, não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus" (1 Co. 10.31-32). Missões é a razão de existirmos, de vivermos em Cristo.

CONCLUSÃO

Quando amamos uns aos outros, isso transborda para o mundo perdido. Se amarmos os perdidos, eles "sentirão" o amor de Deus e virão a Cristo. Precisamos ter a doutrina correta e o coração sensível ao mundo perdido. Quem não está se esforçando para ganhar outros, está desobedecendo ao Senhor. Faça de seu trabalho, estudo, lazer, uma ponte evangelística. A alegria de Deus é receber um pecador que se arrepende. O inferno ferve. E o nome e a glória de Deus são manifestadas. Para viver um estilo de vida missionária é preciso limpar o coração constantemente. Arrependa-se de seu coração frio, sua falta de interesse e vá aos pés do Salvador como Raquel. Vamos fazer missões, vamos amar o próximo, vamos frutificar. Quem não frutifica, não permanece na videira. "Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda" (Jo. 15.2). Limpe o seu coração através da confissão. Deixe o pecado. O Senhor o fará frutífero. Ele é bom e sua misericórdia dura para sempre.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Liberdade para Ministrar

Lição da Escola Sabatina - 9
Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10:15, RC).
Leituras da semana: Êx 18:13-26; Mt 7:17, 18; At 6:1-8; Jo 4:36; At 15:36-40
Pensamento-chave: Não é suficiente que as pessoas sejam treinadas para o evangelismo e testemunho; elas devem trabalhar ativamente em favor das pessoas.

Muitos membros da igreja lamentam o fato de que, embora estejam prontos para assistir a seminários de capacitação sobre testemunho e evangelismo, quando voltam à sua igreja, não são encorajados a se envolver no trabalho. Consequentemente, muitas igrejas que não são realmente ativas nas atividades evangelísticas e de testemunho não estão cientes acerca das pessoas bem treinadas em seu meio. Ocasionalmente alguns oferecerão voluntariamente seus serviços, mas muitos outros concluirão que não são necessários nem desejados.
A maneira mais bem-sucedida de sufocar o envolvimento dos membros na atividade da igreja é negar-lhes a participação em áreas nas quais eles estão habilitados a atuar. É responsabilidade de cada igreja local descobrir onde e como cada membro pode contribuir com as estratégias de testemunho e evangelismo. Todos os que estão dispostos têm um lugar. A chave é descobrir qual é esse lugar.

Nesta semana, estudaremos o conceito de enviar missionários de modo planejado e as formas pelas quais o envolvimento máximo dos membros contribui para a harmonia geral da igreja e para o crescimento espiritual e numérico.

Domingo

Responsabilidade compartilhada

Muitos dedicados líderes de igreja têm interrompido ou, na melhor das hipóteses, diminuído sua eficiência por falta de vontade de compartilhar a responsabilidade do ministério. Esse problema não é uma novidade gerada pelo mundo moderno com seu ritmo acelerado. Até Moisés, o grande líder do Antigo Testamento, precisou de ajuda para ter visão mais ampla a respeito da liderança compartilhada. Podemos aprender muito com sua experiência e com o bom conselho recebido de seu sogro Jetro.

1. Conforme o conselho de Jetro, quem deveria assumir o trabalho de julgar as questões mais simples entre o povo? Êx 18:13-26, especialmente o verso 22

Podemos apenas imaginar quanto tempo Moisés teria sido capaz de manter uma agenda de trabalho fora da realidade. Da mesma forma, só podemos supor até que ponto Moisés estava ciente da disponibilidade de auxiliares capazes. No entanto, o que a história revela é que havia muitos homens capazes e dispostos a ajudar. Moisés precisaria permitir que eles se envolvessem, delegando a eles determinadas funções de liderança.

O ministério no qual os líderes da igreja devem voluntariamente tomar parte inclui o testemunho e evangelismo. Os princípios da responsabilidade devidamente organizada e compartilhada que encontramos na experiência de Moisés são de valor inestimável aos nossos esforços para ganhar pessoas para o reino de Deus.

2. Por que Moisés escolheu homens com semelhantes qualidades, mas deu a eles variados graus de responsabilidade? Que talentos específicos podem ter determinado suas funções? Como esses princípios se aplicam às estratégias evangelísticas das igrejas atuais? Êx 18:21, 25

Provavelmente tenha sido a natureza profundamente espiritual da tarefa de falar em nome de Deus que tornou Moisés relutante em compartilhar suas responsabilidades. Nós também sentimos a tremenda responsabilidade de falar às pessoas sobre Deus e em nome de Deus. Nosso testemunho e evangelismo é um assunto sério. Somos cuidadosos porque a vida eterna está em jogo. E embora isso deva nos levar a ter cuidado quanto à forma de proceder, devemos estar sempre dispostos a envolver todos na tarefa de evangelizar e alcançar pessoas.

Segunda-feira

Arriscar para alcançar sucesso

Os membros da igreja têm um tremendo potencial para o ministério. Muitos são entusiastas com o envolvimento nas estratégias evangelísticas da igreja, mas, às vezes, os líderes são relutantes em deixar que eles se envolvam. Por trás do pensamento de que apenas “os profissionais podem fazer o trabalho” está o medo de que os membros da igreja façam ou digam algo errado, fazendo com que as pessoas se afastem de Cristo e de Sua igreja. Infelizmente, essa resistência ao envolvimento dos membros está tão arraigada que prevalece mesmo quando as pessoas foram devidamente treinadas para um ministério. O Espírito Santo e Suas promessas não são apenas para os líderes, mas para todos os que estão dispostos a se entregar ao Senhor com fé e submissão, para todos os que estão dispostos a negar a si mesmos e trabalhar para a salvação dos outros.

3. Que princípio ensinado por Jesus deve aliviar os temores dos líderes preocupados? Como podemos distinguir entre os frutos bons e maus, e como a liderança da igreja como um todo deve se envolver nesse processo? Como podemos fazer isso sem julgar os outros? Mt 7:17, 18

Se toda árvore boa produz bons frutos, os líderes da igreja devem se concentrar nas árvores boas e que estão crescendo. Assim como acontece com tudo que se relaciona com nossa resposta ao chamado do evangelho, precisamos primeiramente ser alguém para Jesus antes de ter sucesso em fazer coisas para Ele. Se dermos a devida atenção à obra de conduzir pessoas a um relacionamento significativo e cada vez mais profundo com Jesus, o Espírito Santo fará com que elas produzam o fruto correto. Nossa parte é liderar, ensinar e treinar. A parte de Deus é abençoar o ministério dessas pessoas. Precisamos confiar nelas e em Deus. Se dermos a devida atenção ao crescimento espiritual e habilidades práticas, podemos acreditar que as pessoas produzirão o fruto correto do sucesso evangelístico. Certamente, pode haver um elemento de risco, dependendo do ministério realizado e do nível de treinamento, mas devemos lembrar que nem mesmo os discípulos, que tiveram o maior Mestre da História, ganharam todas as pessoas a quem apelaram.

Você já sentiu que seus dons e talentos não foram apreciados? Qual pode ter sido a causa? Faça uma avaliação pessoal e verifique se a culpa está com você e com alguma atitude sua (orgulho, e assim por diante) e não em outras questões.

Terça-feira

Adaptando trabalhadores para a colheita

Quando as pessoas demonstram interesse em aprender mais sobre Deus e Sua igreja, devemos escolher com cuidado os que receberão a tarefa do testemunho. Em uma sociedade multicultural, faríamos bem em designar alguém da mesma nacionalidade e língua do interessado e, possivelmente, alguém de uma faixa etária similar. Além disso, poderíamos considerar a maturidade espiritual, conhecimento bíblico, habilidades de comunicação e experiência de salvação do missionário. Em outras palavras, devemos levar a sério a adaptação do obreiro àqueles com quem eles estão trabalhando.
Quando se trata de testemunho e evangelismo, não existe algo como “tamanho único” ou uma solução que sirva para todos os casos. A jornada da vida de cada pessoa é única, e isso vale para a jornada espiritual. No entanto, embora exista essa singularidade, também há semelhanças na experiência das pessoas, e existe bom senso em ajustar da melhor forma possível a experiência do cristão e a do interessado.

4. Que diferentes tarefas eram realizadas pelos cristãos? Quais foram os resultados quando os ministérios e habilidades específicos foram harmonizados? At 6:1-8

Observe a progressão destes eventos: os discípulos foram informados de um problema urgente, e pediram que os cristãos escolhessem sete homens para lidar com o problema. Os crentes trouxeram os nomes selecionados aos discípulos, que os nomearam com a imposição das mãos. E o número dos discípulos se multiplicava grandemente.

Embora Estêvão e os outros seis escolhidos devessem “servir às mesas”, não parece que a qualificação para essa tarefa fosse a capacidade de organizar e distribuir alimentos. Os cristãos ainda procuravam homens cheios do Espírito, porque seu ministério em favor das viúvas judias de fala grega também seria uma obra de testemunho e evangelismo. Assim, vemos que esses homens recém-nomeados foram vitais para a evangelização da igreja primitiva por terem liberado os evangelistas da linha de frente e também apoiado ativamente sua obra (v. 8). Mais uma vez podemos afirmar que, seja qual for o ministério em que os membros se envolvam, direta ou indiretamente seu trabalho será uma contribuição e apoio às atividades de testemunho e evangelismo da igreja.

Embora os talentos naturais, dons espirituais e treinamento específico sejam importantes para um ministério espiritual bem-sucedido, as atitudes pessoais são ainda mais importantes. Note que em Atos 16:1-5 e 4:36, 37, Timóteo e Barnabé fizeram tudo o que foi preciso para apoiar o ministério evangélico. Barnabé ofereceu seus recursos pessoais e Timóteo se submeteu à circuncisão para não ofender alguns judeus. As lições para nós são, de fato, óbvias.

Quarta-feira

Crescimento espiritual por meio do trabalho

Uma igreja não pode colocar a espiritualidade automaticamente no coração de seus membros. No entanto, é uma grande verdade que, quando os cristãos respondem ao chamado de Deus para ser discípulos, sua caminhada pessoal com o Senhor se aprofunda e se fortalece. Embora não devamos nos envolver no testemunho e evangelismo apenas como tentativa de crescer espiritualmente, quando realizadas com amor genuíno por Deus e pelos perdidos, essas atividades trazem inúmeras bênçãos espirituais a todos os envolvidos.

5. Qual é a relação entre a prática voluntária da vontade divina e o crescimento no conhecimento de Deus e na espiritualidade? Jo 7:17

Como uma pessoa que procura a verdade pode ter certeza de que encontrou a verdade genuína? No verso 17, Jesus apresenta uma verdade que ajuda a todos os que desejam segui-Lo. Os que estão dispostos a fazer a vontade de Deus podem saber se uma doutrina é ou não de Deus. Como isso pode ocorrer? Evidentemente, há um crescimento espiritual através da ligação com Deus. Os que vivem de acordo com a verdade bíblica que conhecem receberão maior luz.

Há uma forte conexão entre ouvir e fazer (Ap 1:3). Os que fazem a vontade de Deus, por menos que a conheçam, são abençoados com um relacionamento cristão cada vez mais profundo que, unido ao estudo da Bíblia com espírito de oração, levará a mais amplas revelações da verdade e a um estimulante crescimento espiritual.

6. Qual é o salário espiritual recebido como resultado do envolvimento na colheita de pessoas? Que comunhão espiritual é sugerida na imagem do semeador e do ceifeiro se alegrando juntos? Jo 4:36

Muitos comentaristas sugerem que os discípulos estavam ceifando onde João Batista e Jesus tinham semeado. A própria mulher samaritana, evidentemente, havia plantado algumas sementes do evangelho entre o povo de sua cidade. Como eles devem ter se alegrado juntos, quando a colheita espiritual amadurecida foi recolhida no reino! Quando respondemos ao chamado de Deus para nos envolvermos na conquista de pessoas, esse vínculo, essa proximidade e crescimento espirituais brotam como resultado natural de estarmos na equipe divina.

Sua fé se tornou mais forte por meio de seu testemunho pessoal, tanto nas situações de vitória quanto nas de derrota? O trabalho de testemunhar influencia seu relacionamento com o Senhor?

Quinta-feira

Harmonizando por meio do envolvimento
Há um fenômeno que às vezes é difícil explicar, mas pode ser mais bem descrito como “Influência circular”. No que diz respeito à harmonia e envolvimento, a influência circular funciona assim: ao envolver pessoas, você promove harmonia, que, por sua vez, incentiva o envolvimento das pessoas, o que, por sua vez, promove a harmonia. Você pode ver o princípio da influência circular no trabalho. Está claramente demonstrado no velho ditado: “Os que estão puxando os remos não têm tempo para balançar o barco.”

Houve algumas decisões importantes feitas no desenvolvimento da organização da igreja primitiva que poderiam ter causado grandes conflitos, mas as preferências pessoais dos cristãos foram submetidas ao que era melhor para a tarefa que seu Senhor lhes tinha dado.

7. Considere o importante processo da nomeação de Matias. Embora não lancemos sortes hoje, que pontos fundamentais eles estavam procurando ali, e que princípios podemos tirar desse exemplo para a obra do ministério hoje? At 1:15-26

É claro que, sempre que os seres humanos estão trabalhando juntos, há possibilidade de conflitos. Estamos certos em pensar que o maligno está trabalhando para minar a eficácia dos cristãos. É perfeitamente justo, então, que recapitulemos brevemente um incidente no ministério evangelístico da igreja primitiva, no qual houve um conflito real.

8. O que causou a diferença de opinião entre Paulo e Barnabé? Qual foi o resultado de sua discordância, e o que podemos aprender com isso? At 15:36-40

Em uma viagem missionária anterior, João Marcos havia deixado Paulo e seus outros companheiros e voltado para Jerusalém. Parece que esse incidente (At 13:13) tornou Paulo relutante em levar João Marcos com ele nessa nova viagem. Por outro lado, Barnabé achava que, se o levassem, haveria benefício para o próprio João Marcos e também para o empreendimento missionário. Consequentemente, enquanto Paulo escolheu Silas para acompanhá-lo, Barnabé viajou com João Marcos.

Em lugar de permitir que as diferenças pessoais ofuscassem a tarefa evangelística, eles enviaram dois grupos de testemunho. Embora Paulo e João Marcos tenham trabalhado juntos novamente de modo proveitoso (2Tm 4:11), naquela ocasião anterior eles não permitiram que suas diferenças interferissem na missão.


Sexta-feira
Estudo adicional
Dependendo do programa de testemunho e evangelismo que você está planejando, os prazos específicos variam de acordo com as diferentes estratégias e prioridades utilizadas para alcançar o alvo. No entanto, existem alguns pontos gerais a considerar.

1. Registre o que você procura alcançar ao longo dos próximos doze meses. Especifique alvos em termos de pessoas e discipulado, e não apenas a conclusão dos programas.
2. Escreva um planejamento de procedimentos. Ele deve incluir importantes períodos de treinamento, datas para início e término do programa e as datas específicas para avaliação.
3. Ao elaborar as principais etapas do programa, certifique-se de que você também especificou quais indivíduos ou equipes são responsáveis em cada etapa.
4. Especifique como as estratégias de seu programa se integram com o programa geral da igreja. Mencione onde e como as outras estratégias da igreja apoiarão sua estratégia e onde o trabalho de sua equipe fortalecerá o programa da igreja.
5. Considere se seu programa será permanente ou se ele será repetido no ano seguinte. Isso ajudará a determinar que tipo de treinamento deverá ser realizado.

Perguntas para reflexão
O que Deus espera da igreja em relação à conquista de pessoas? O que a igreja pode fazer para ajudar os membros a entender as expectativas de Deus? Como as citações abaixo se aplicam a você?

“Deus espera serviço pessoal da parte de todo aquele a quem confiou o conhecimento da verdade para este tempo. Nem todos podem ir como missionários para terras estrangeiras, mas todos podem ser missionários entre os familiares e vizinhos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 30).

“A todos que se tornam participantes de Sua graça, o Senhor aponta uma obra a ser feita em favor de outros. Individualmente, devemos permanecer em nosso lugar, dizendo: “Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6:8, NVI; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 222).

Respostas sugestivas: 1. Chefes de mil, chefes de cem, de cinquenta e de dez; homens capazes e tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos da avareza. 2. Considerou as habilidades, o potencial de cada um deles e a influência exercida nas famílias e tribos; e contou com a orientação divina. 3. A pessoa pode produzir frutos bons ou maus; não devemos julgar antes que os frutos apareçam; devemos avaliar com sabedoria. 4. Serviam alimento às viúvas; oravam e ministravam a palavra; operavam milagres; com os diáconos a igreja passou a crescer mais. 5. A pessoa que deseja fazer a vontade de Deus conhecerá e entenderá a doutrina verdadeira e conhecerá pessoalmente o Senhor. 6. O salário são as pessoas conquistadas; semeador e ceifeiro compartilham da mesma alegria pelo trabalho que realizaram juntos. 7. A pessoa devia ter acompanhado o grupo de Jesus; devia testemunhar acerca da ressurreição e devia ser indicada por Deus. 8. A presença de Marcos na equipe; a equipe se dividiu; devemos evitar discórdias; Deus dirige a igreja, apesar das divergências.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Preparação para Evangelizar e Testemunhar

Escola Sabatina, 8ª Lição
Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse Jesus: ‘Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens’” (Mt 4:19, NVI).
Leituras da semana: Mt 4:19; 11:1-11; 10:1-14; 1Pe 5:8; 2Pe 3:9
Pensamento-chave: Por mais importante que seja o treinamento adequado, precisamos primeiramente estar fundamentados em nosso relacionamento com Jesus, para que estejamos “devidamente habilitados” para testemunhar com eficácia em favor de nossa fé.

É muito improvável que uma pessoa que não tem certeza pessoal da salvação seja capaz de conduzir outra a um relacionamento íntimo e salvífico com Jesus (embora isso aconteça). Eles podem ser capazes de convencer os outros a acreditar em algumas doutrinas da Bíblia e em alguns fatos, datas bíblicas e gráficos. Tais convicções e crenças podem até mesmo levar as pessoas a fazer mudanças significativas no estilo de vida. No entanto, visto que boas ações podem ser realizadas à parte de Jesus Cristo, é imperativo que todo treinamento para testemunho e evangelismo enfatize os aspectos doutrinários e espirituais. Para ser um verdadeiro evangelista, é preciso ter uma firme compreensão e experiência do “evangelho eterno” (Ap 14:6). É esse evangelho que finalmente produz crença, confissão, conversão, certeza e discipulado.
Nesta semana veremos que preparar as pessoas para evangelizar e testemunhar de modo espiritual e habilidoso é, de fato, um princípio bíblico. Veremos também que precisamos incentivar as pessoas a tornar isso uma realidade em sua igreja local.

Domingo

Necessidade de treinamento

Em Mateus 9:37, Jesus disse aos discípulos que a colheita era grande, mas os trabalhadores eram poucos. Hoje, a colheita é infinitamente maior e os trabalhadores ainda são relativamente poucos. Há grande necessidade de se enviar para a colheita trabalhadores bem treinados e preparados. Embora seja sempre verdade que a influência do Espírito Santo é o principal fator no sucesso do testemunho e do evangelismo, ainda assim, é importante que aqueles a quem Deus chama para o serviço sejam treinados por meio de instrução formal, observação e participação. De acordo com Efésios 4:11, 12, deve haver um esforço determinado que capacite as pessoas para os muitos e variados aspectos do ministério e do serviço. Eu faço tu vês, Tu fazes outro vê.

Deus prometeu abençoar os líderes com certos dons que os ajudarão a atuar como instrutores para o ministério. No entanto, não é demais enfatizar o fato de que os evangelistas, pastores e professores não estão seguindo as orientações bíblicas se estiverem fazendo todo o trabalho sozinhos e não estiverem preparando outros para o serviço. Todos que estão se preparando para a obra do testemunho e evangelismo devem ser levados à forte convicção de que é realmente a vontade de Deus que o mundo seja salvo do pecado, de que a obra designada por Deus para a igreja é alcançar o mundo perdido e de que é a vontade de Deus que Sua igreja cresça no mundo.

1. O que significa o fato de que a primeira ordem de Jesus apresentada na Bíblia são as palavras “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”? O que essas palavras significam para nós, com nossa compreensão das mensagens dos três anjos? Temos nos dedicado mais a “pescar homens” ou a “cuidar dos nossos barcos”? Mt 4:19; Mc 1:17; Mt 28:19

É significativo que Jesus não tenha chamado os discípulos para ser pescadores de homens. Ele não disse: “Sigam-Me, e sejam pescadores de homens”. Ele disse: “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”. Logo no início de sua associação formal com Jesus, esses homens compreenderam que estavam entrando em um treinamento importante. Jesus os chamou a um ambiente de aprendizagem no qual seriam treinados para a tarefa à qual Ele os havia chamado. Os discípulos aprenderiam muito através da observação e prática. Somente quando eles tivessem aprendido, no contexto local, o que e como fazer, Jesus apresentaria a eles uma missão mundial. Sem a devida instrução, treinamento e desenvolvimento espiritual pessoal dos obreiros, a tarefa de levar o evangelho à nossa vizinhança pareceria impossível.

Segunda-feira

Aprendendo pela observação

Existem dois aspectos da aprendizagem para os que desejam servir ao Senhor, e um leva ao outro. O primeiro aspecto é aprender a conhecer Jesus. O segundo é aprender a compartilhá-Lo e apresentar o que Ele oferece à humanidade decaída.

2. Que coisas os discípulos observaram na multiplicação dos pães e peixes para as cinco mil pessoas? Que lições essa experiência trouxe para seu futuro ministério? Considere também aspectos que não estejam especificamente mencionados nos relatos dos evangelhos. Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14; Leia também Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 364-371.

Como deve ter sido emocionante não apenas ouvir o maior Pregador, mas também observar Sua apresentação enquanto Ele pregava sobre o reino de Deus (Lc 9:11), de maneira que os corações desejassem o reino da graça!
O princípio da aprendizagem através da observação é aplicável a todos. A aprendizagem por meio dos livros ou das instruções faladas deve ser sempre desenvolvida por meio de observação e envolvimento. Jesus esperava que os discípulos de João Batista aprendessem com o que haviam observado.

3. O que os discípulos de João Batista haviam observado e o que Jesus esperava que eles dissessem a João como resultado de suas observações? Que lição Jesus ensinou não apenas a João, mas também aos Seus discípulos? Mt 11:1-11

João Batista anteriormente havia apresentado Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Entretanto, quando João foi preso e não mais teve oportunidade de pregar, Ele ouvia apenas relatos de segunda mão acerca do ministério de Jesus. Parece que sua experiência na prisão fez com que surgissem dúvidas em sua mente a respeito de Cristo. Quando surgem dúvidas, devemos ir a Jesus, e foi exatamente isso que João fez. Jesus enviou os discípulos de João de volta para dizer a ele o que tinham visto e ouvido. Assim como o relatório deles encorajou João, imaginamos como as coisas que eles tinham visto devem ter influenciado seu próprio testemunho e ministério evangelístico.

Na maioria dos casos, não podemos realizar os milagres operados por Jesus. Porém, com a disposição de morrer para o eu e viver para os outros, o que podemos fazer em nossa própria esfera que reflita a obra que Jesus fez aqui na Terra?

Terça-feira
Aprender fazendo

Não importa quantos livros uma pessoa leia sobre seu esporte favorito e não importa quantos jogos sejam assistidos. Se alguém quiser ser um jogador, terá que colocar os equipamentos e sair a campo. Chamamos isso de experiência prática, aprender fazendo, e sem isso a pessoa simplesmente não está preparada para a tarefa. Essa verdade universal se aplica igualmente ao testemunho e ao evangelismo do cristão. Às vezes, ouvimos pessoas dizerem que não querem se envolver porque não estão completamente preparadas. Elas precisam entender que a participação ativa é parte vital da preparação. Começar pequeno, passo a passo, crescendo continuamente, é o caminho a percorrer. À medida que o Espírito Santo nos guia, crescem nossas habilidades, experiência e confiança.

4. Jesus preparou Seus discípulos e depois os enviou. Por mais diferente que seja nossa situação hoje, o que podemos aprender com o fato de que Jesus os enviou, significando que isso era parte de seu treinamento? Mt 10:1-14

Jesus ensinou os discípulos “na sala de aula”, por assim dizer. Também os levou ao campo onde eles aprenderam observando o que Ele fazia. Depois que Cristo os havia capacitado com poder para curar os enfermos, ressuscitar os mortos e expulsar os demónios (v. 8), Ele os enviou sozinhos. Contudo, note a quantidade de instrução que Ele deu quando os enviou. Jesus os instruiu sobre o que pregar, que milagres realizar, o que não levar com eles, com quem se hospedar e quando abandonar um infrutífero campo de trabalho. Seguramente, podemos imaginar que eles receberam outras instruções também. Todavia, muitas lições importantes só seriam aprendidas com essa interação prática. Essa passagem mostra o treinamento prático em sua melhor forma. Eles não podiam ministrar àqueles com quem não entrassem em contato. Esse é um ponto que nunca devemos esquecer.

5. Que semelhanças existem entre as instruções que Jesus deu aos doze e aos setenta? Que princípios podemos aprender a partir de Suas instruções para aplicar em nosso trabalho? Lc 10:1-11

Embora inicialmente Jesus tivesse enviado os setenta a lugares a que Ele mesmo pretendia ir em breve (v. 1), o Senhor sabia o que os discípulos e outros missionários enfrentariam ao tentar espalhar o evangelho depois de Sua ascensão, quando tivessem que lutar sozinhos. As instruções dadas aos setenta discípulos quando eles foram enviados indica que Jesus os estava preparando para os desafios futuros.

Quarta-feiraAprendendo com as falhas

Às vezes podemos falhar em alcançar todos os alvos estabelecidos para uma atividade evangelística específica. Isso significaria que fracassamos totalmente? Claro que não! Independentemente da estratégia empregada, teremos vitórias e derrotas. Por exemplo, se não conseguimos alcançar os alvos estabelecidos para o batismo, podemos ter colocado alvos inalcançáveis, ou essa atividade pode ter sido mais um projeto de semeadura do que um programa de colheita. Em resumo, por mais que pensemos que o campo está pronto para a colheita, ainda pode ser apenas a época de semeadura. Nem sempre temos condições de saber.

6. Que poder trabalha para prejudicar suas tentativas de ganhar pessoas para Deus? Como a consciência dessa ameaça nos ajuda a preparar e executar com mais eficácia as estratégias de evangelismo e testemunho? 1Pe 5:8

Em todas as nossas tentativas de ganhar pessoas para Cristo, enfrentamos um inimigo sobrenatural, muito ativo em influenciá-las contra o evangelho. Às vezes, quando soltamos a mão do Senhor, o mal pode causar alguns problemas aos nossos esforços no trabalho de Deus.
Assim como aconteceu com Adão e Eva no Jardim do Éden, as falhas podem, às vezes, nos levar a entrar no jogo da culpa, uma das ferramentas mais bem-sucedidas de Satanás para trazer desarmonia entre o povo de Deus. Em vez de procurar pessoas e lançar sobre elas a culpa, seria melhor fazer uma avaliação séria, honesta e profunda, lembrando que até mesmo Jesus, o maior pregador/evangelista, não ganhou todas as pessoas a quem Ele apelou.

7. O que os discípulos fizeram quando se depararam com falhas em seu ministério? Compare Lc 10:17 com Mt 17:14-20
Embora eles tivessem recebido o poder sobre os espíritos malignos e de fato tivessem sido bem-sucedidos em expulsá-los, é evidente que às vezes eles não conseguiram cumprir a missão para a qual Jesus os tinha capacitado. Em tais ocasiões, eles foram a Cristo e Lhe pediram que explicasse o que estava acontecendo e por quê (Mt 17:19). Levar ao Senhor as situações enfrentadas em nosso evangelismo e testemunho é uma parte importante do nosso esforço para entender as razões do fracasso e as formas de fazer o trabalho com mais sucesso.

Quinta-feira
Há duas áreas em que podemos aprender com o sucesso. Existe a área que pode ser chamada de prática, ou de procedimentos, e a área que pode ser chamada de cooperação espiritual. Embora se possa argumentar corretamente que há um aspecto espiritual em ambas as áreas, lidaremos com elas separadamente, a fim de destacar melhor o que pode ser aprendido com sucesso.

Na área prática, ou de procedimentos, aprendemos com o que realmente fazemos. Por exemplo, aprendemos a sequência mais aceitável na qual devemos apresentar os estudos bíblicos em nossa região. Aprendemos qual é o melhor local para as reuniões, que tipo de publicidade atrai mais pessoas e uma série de outras escolhas práticas e de procedimentos que melhor se adaptam ao nosso território específico.

Cooperação espiritual é a ênfase no fato de que Deus está intensamente envolvido no testemunho e evangelismo do cristão. Afinal, é a vontade de Deus que todos sejam salvos.

8. Que propósito divino devemos ter em mente nas nossas atividades de testemunho? Que ações divinas e humanas asseguram o testemunho? Deixar de suplicar essas bênçãos pode prejudicar nosso esforço? 2Pe 3:9; 1Co 3:6

Não adianta plantar se ninguém regar a semente. Da mesma forma, não adianta regar se você não colocar a água onde as sementes estão plantadas. E mesmo que o semeador e o que rega façam tudo corretamente, ainda assim não haverá crescimento, a menos que Deus o conceda. Quando vemos a bênção de Deus trazendo sucesso aos nossos humildes esforços, aprendemos até que ponto Deus está e deseja estar envolvido em nossos esforços. Aprendemos a confiar mais n´Ele. Aprendemos a importância de uma estreita cooperação espiritual com Deus, à medida que nos esforçamos para alcançar as pessoas por quem Cristo morreu, porque, entre as pessoas a quem você testemunha, não há nenhuma por quem Cristo não tenha morrido e a quem Ele não deseje salvar. É muito importante nunca esquecer essa verdade fundamental.

9. Sentimos a necessidade real e prática da participação de Jesus em nosso ministério de evangelismo e testemunho? Como podemos, individualmente ou como equipe missionária, experimentar verdadeiramente a dependência de Cristo? O que precisamos mudar para ter esse tipo de conexão com Ele? João 15:5

Sexta-feira
Tenha em mente os seguintes pontos:
1. O ideal é que toda a congregação esteja envolvida no estabelecimento de alvos e na orientação da igreja.
2. Inicialmente planeje para o próximo ano. Uma estratégia de doze meses é suficiente para começar. Depois você pode adicionar mais planos.
3. Ajude o pessoal a saber exatamente o que se espera deles. Quando as pessoas não têm certeza do que, quando e como fazer, o ritmo de uma igreja em direção aos seus alvos pode ser diminuído ou interrompido.

Perguntas para reflexão
1. “Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 149). Como é o desempenho de sua igreja nessa área? Se não é muito bom, o que pode ser feito para melhorar?
2. “Cada dia Satanás tem seus planos a executar – certos desígnios que embaraçarão o caminho daqueles que são testemunhas de Jesus Cristo. Ora, a menos que os vivos agentes humanos de Jesus Cristo sejam submissos, mansos e humildes de coração, por ter aprendido de Jesus, cairão ao ser tentados, tão certamente como vivem, pois Satanás é vigilante, perspicaz e usa artimanhas, e os obreiros, se não forem homens de oração, serão apanhados de surpresa. Ele os surpreende, como um ladrão de noite, e os leva cativos. Então opera na mente dos indivíduos, pervertendo suas ideias pessoais e moldando seus planos. … (Ellen G. White, Evangelismo, p. 101). Como podemos lidar com o perigo apresentado nesse texto? Qual é nossa única defesa?
3. Comente com a classe sobre alguém, ou sobre algum projeto evangelístico que tem sido bem-sucedido. O que vocês podem aprender com eles? Como podem aplicar aquilo que poderia funcionar em seu território, percebendo que cada situação é diferente e que as coisas que funcionam em um lugar podem não funcionar em outro?

Respostas sugestivas:
1. Jesus procurava e preparava “pescadores de homens”; devemos “pescar” pessoas e transformá-las em “pescadores” de pessoas. 2. Compaixão pelas pessoas; apenas milagres resolvem certos problemas; havia relatórios da obra; importância do repouso. 3. Cegos, coxos e leprosos curados; pregação do evangelho aos pobres; Jesus queria que os discípulos levassem a João Batista essas notícias. 4. Jesus instruiu os discípulos, deu-lhes autoridade espiritual e estabeleceu sua missão; depois os enviou. 5. Cura de enfermos; não levar dinheiro; pregar o reino dos céus; saudação da paz; repreensão aos rebeldes; aceitar hospedagem. 6. O diabo trabalha para devorar os que pregam e os que ouvem a mensagem; precisamos confiar em Deus e atuar com sabedoria. 7. Perguntaram a Jesus qual era a causa do fracasso; o segredo era a fé; nos momentos de vitória, eles apresentaram relatórios. 8. Deus deseja salvar a todos e espera pelo arrependimento; devemos confiar na influência de diferentes instrumentos usados por Deus. 9. Manter a oração, estudo da Bíblia e meditação; lembrar que as dificuldades só podem ser vencidas por meio do poder de Deus.

domingo, 20 de maio de 2012

PLANTAÇÃO DE GRUPOS FAMILIARES

“A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!” (Efésios 3:21).

O ministério do Apóstolo Paulo proporciona o exemplo melhor do ciclo de plantar igrejas dos tempos do Novo Testamento. Examine o gráfico seguinte, depois estude a discussão que segue. Assegure-se de ler as referências em sua Bíblia:

Obreiros comissionados


Aqui estão os passos do ciclo de plantar igrejas que foram usados nos tempos do Novo Testamento e podem ser aplicados aos esforços modernos:

OBREIROS COMISSIONADOS: Atos 13:1-4; 15:39-40

Os Obreiros foram treinados e comissionados para alcançar uma certa área com o Evangelho. Os crentes na igreja local ajudavam a preparar, enviar, apoiar, e cooperar com aqueles que Deus separava para a obra.

PESSOAS CONTATADAS: Atos 13:14-16; 14:1; 16:13-15

Quando ele entrava numa nova área, Paulo normalmente fazia um contato de cortesia com os líderes religiosos existentes na sinagoga. Ele tentou ganhar a compreensão e apoio dos líderes da localidade tanto quanto possível. Os contatos com grupos e indivíduos continuaram, tendo como meta conseguir tantos ouvintes à mensagem do Evangelho quanto possível.

EVANGELHO COMUNICADO: Atos 13:17; 16:31

O Evangelho foi comunicado pregando, ensinando, dando testemunho, e pela demonstração de poder. Foram usados métodos diferentes para comunicar o Evangelho eficazmente. O método em algumas cidades era ensinar na sinagoga (Atos 14:1). Em outras, as pessoas receptivas eram separadas em grupos especiais (Atos 19:9). O ministério especial aos grupos de pessoas específicas ocorria em algumas áreas (Atos 13:42) e o idioma assim como os métodos foram ajustados para assegurar a comunicação apropriada do Evangelho (Atos 22:2).

OUVINTES CONVERTIDOS: Atos 13:48; 16:14-15

Comunicação eficaz do Evangelho produzia conversão, com as pessoas aceitando a mensagem de salvação e arrependendo-se do pecado.

CRENTES CONGREGADOS: Atos 13:43

Paulo não se deteve com a evangelização e conversão. Ele organizou os crentes em uma igreja local. Os novos crentes foram imediatamente introduzidos ao companheirismo e disciplina do Corpo local. Horários e lugares foram estabelecidos para as reuniões da nova igreja.

FÉ CONFIRMADA: Atos 14:21,22; 15:41

Como indicado pela Grande Comissão (Mateus 28:19-20), o ensinamento adicional seguiu após a conversão. Este ensinamento, dentro do contexto da igreja local, estabeleceu os novos convertidos enquanto eles aprendiam os elementos essenciais da fé cristã e como viver no Reino de Deus. A “confirmação da fé” desenvolveu-se para a maturidade espiritual e ajudou os crentes a descobrir seus dons espirituais e se tornarem membros ativos do Corpo de Cristo.

LÍDERES CONSAGRADOS: Atos 14:23

Enquanto os crentes amadureciam, líderes locais eram levantados por Deus. Cada igreja desenvolveu uma organização bíblica que era funcional e eficaz para sua situação geográfica. A autoridade para exercer os dons espirituais foi dada à igreja, com a liderança levantada dentro da nova congregação. Quando Paulo selecionou os presbíteros (pastores), eles foram escolhidos de dentro do povo da igreja, não importados de outras regiões:

“A razão de tê-lo deixado em Creta foi para que você pusesse em ordem o que ainda faltava e constituísse presbíteros em cada cidade, como eu o instruí” (Tito 1:5).

GRUPO CONGREGADO: Atos 14:23; 16:40

Quando os líderes estavam no lugar e funcionando eficazmente, a dependência dos plantadores da igreja cessava. Uma transição ordenada era feita do fundador aos novos líderes locais. A igreja era encomendada ou entregue ao Senhor como um ativo Corpo local de crentes. Ainda que as novas igrejas se relacionassem com a igreja-mãe pelo que se refere à amizade e direção, elas não eram dependentes da igreja principal. Elas eram igrejas auto-sustentadas capazes de continuar a obra do Evangelho sem depender do apoio financeiro de fora.

Todos os arranjos financeiros feitos por uma nova igreja deviam ser tais que as pessoas pudessem controlar suas próprias finanças. Se uma igreja recebe o apoio de outras igrejas, denominação, ou crentes em outras nações então Ela se coloca dependente destes. Se a igreja patrocinadora ou a denominação falha, a nova igreja também falhará. Se os relacionamentos entre essas nações são cortados, a igreja experimentará dificuldades quando for cortado o apoio do outro país.

O mesmo Senhor que converteu a água em vinho e multiplicou os pães e peixes para alimentar as multidões é certamente capaz de levantar os fundos necessários para a extensão do Evangelho. Paulo fundou as novas igrejas na Palavra de Deus e sobre a Rocha, Cristo Jesus. Ele não as estabeleceu sobre uma organização ou denominação ou sobre sua própria personalidade. Criar dependência não treina para a independência.

RELACIONAMENTOS CONTINUADOS: Atos 15:36; 18:23

Os relacionamentos continuaram entre a nova igreja, o plantador da igreja (Paulo), e a igreja-mãe (Jerusalém). Também se estabeleceram relacionamentos entre a nova igreja e outras igrejas por toda a região para estender o Evangelho.

CICLO REPETIDO: 1 Tessalonicenses 1:8

Como na Igreja dos Tessalonicenses, “propagou-se a palavra do Senhor” desta nova igreja às pessoas não-alcançadas e o ciclo de evangelização foi repetido para plantar igrejas adicionais.

AS PRIORIDADES PARA O MINISTÉRIO

Paulo tinha uma estratégia mundial definida para a evangelização e a plantação de igrejas. O registro da Bíblia revela sua preocupação por Ásia, Galácia, Macedónia, Acaia, e Espanha, que eram todas províncias no momento. Estude estes lugares onde Paulo plantou igrejas:

 Filipos: (Atos 16) Esta era a cidade principal de Macedónia.

 Tessalónica: (Atos 17:1-10) Esta era uma grande e influente cidade comercial.

 Corinto: (Atos 18:1-11) Uma metrópole comercial de Grécia.

 Éfeso: (Atos 19:1-10) De onde as estradas principais do império romano se estenderam de Roma ao Oriente. Éfeso era um porto estratégico e um centro comercial.

Estes exemplos revelam sete prioridades para o ministério:

CIDADES:

Os lugares onde Paulo estabeleceu igrejas eram centros de administração romana, de civilização grega, influência judaica, o importância comercial. Paulo sabia que ele poderia alcançar um maior número de pessoas nas cidades repletas de gentes. Ele também compreendeu que as mudanças normalmente começam nas cidades e então se estendem às áreas rurais. Estes grandes centros de comércio e turismo também tinham pessoas de muitas nações que passam por ali para negociar e se divertir. As cidades estavam nas rotas de viajem onde o movimento natural das pessoas ocorria. Quando estes visitantes eram alcançados com o Evangelho, eles levavam a mensagem com eles quando eles voltavam para casa.

Paulo se moveu em círculos crescentes a partir destas bases estabelecidas da missão. Depois que Paulo deixou Jerusalém, ele voltou sua atenção à Ásia Menor, trabalhando primeiro em Tarso e Antioquia (Atos 11:25-30; 13:1-3), depois para Ásia Menor Ocidental com Éfeso como seu centro (Atos 19:1-20; 16:8). Dali, Paulo se moveu ao oeste, tendo Roma como o centro e Espanha como a parte mais remota já alcançada (Atos 19:21; 23:11; 28:14-31; Romanos 1:9-15; 15:24, 28).

CAMPOS RECEPTIVOS:

Em Mateus 10, Jesus lhes disse a Seus discípulos para não ir aos Samaritanos ou Gentios, mas ir a Israel. Naquele momento a escolha correta era ir para Israel. Os outros grupos seriam receptivos depois. Até mesmo os judeus, os discípulos deveriam ministrar aos receptivos. Eles deveriam ficar e compartilhar onde eles recebessem uma boa resposta e seguir adiante quando eles encontrassem pessoas não receptivas. Eles deveriam concentrar seus esforços nas áreas de maior receptividade.

Paulo também seguiu esta estratégia. Quando os judeus rejeitaram o Evangelho, Paulo se voltou aos Gentios (Atos 13:42-51). Quando Atenas não estava pronta, Paulo foi a Corinto. Em Corinto, Paulo voltou dos judeus aos Gentios. Os gregos receptivos se regozijaram e muitos creram e foram batizados (Atos 18:5-11). O Senhor aprovou as ações de Paulo através de uma visão que lhe disse para ficar em Corinto e intrepidamente proclamar a Cristo (Atos 18:5-11). Quando as comunidades das sinagogas o rejeitaram, Paulo começou congregações com aqueles que foram receptivos. Quando a perseguição o expulsou, ele foi a outras cidades.

O SEU PRÓPRIO POVO:

Paulo se preocupava em alcançar a seu próprio povo com o Evangelho:

“Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos” (Romanos 10:1).

POVOS NÃO-ALCANÇADOS:

Paulo deu prioridade às áreas onde Cristo ainda não havia sido pregado:

“Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce
de outro. Mas antes, como está escrito: “Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado” (Romanos 15:20-21).

As áreas em que não há nenhum testemunho existente do Evangelho sempre devem ser a prioridade. Leia a parábola da ovelha em Lucas 15:3-7. A prioridade era a ovelha perdida, não aqueles no redil. (Ver também 10:13-14.)

GRUPOS DE PESSOAS:

Paulo trabalhou com vários grupos de pessoas dentro de uma cidade ou região. Por exemplo, ele ministrou tanto a gregos como a judeus em Antioquia (Atos 13:42). Como você aprendeu no Capítulo Seis, um grupo de pessoas é uma tribo, casta, ou qualquer grupo com o mesmo background cultural, linguístico, e étnico. É importante ver uma cidade ou região pelo que se refere a coisas assim e plantar uma igreja de acordo com isso.

Em uma cidade nos Estados Unidos há grandes populações de pessoas que falam espanhol, inglês e mandarim, por exemplo. O crescimento de ligação para plantar igrejas nesta cidade deve objetivar o alcance destes grupos específicos de pessoas. Plantar uma igreja de fala Tagalog nesta cidade não seria útil, pois ali não há nenhum grupo que fala Tagalog. Por isto o plantar igrejas sempre deve enfocar nos grupos de pessoas dentro de uma certa área, não só na cidade em general.

Plantar igrejas dentro de certos grupos de pessoas avança o Evangelho mais rapidamente. Os membros de um grupo de pessoas todos falam o mesmo idioma e têm os mesmos costumes. Não há nenhuma barreira linguística ou cultural para impedir a extensão do Evangelho. Por estas razões, o Evangelho pode estender-se mais rapidamente.

O Instituto Internacional Tempo de Colheita oferece um curso intitulado “Analise Ambiental” que o ajudará a analisar uma área antes de ministrar ali. Nós sugerimos que você obtenha este curso para ajudar a plantação de igrejas.

O curso o ajudará em:

1. Identificar as pessoas a serem alcançadas. Quais grupos de pessoas diferentes constituem a cidade ou região? Quem você planeja alcançar? Qual é o seu background religioso, cultural, étnico, e linguístico?

2. Identificar suas necessidades espirituais. Por exemplo, precisa-se de uma igreja entre os de fala hispânica de uma certa cidade? Talvez suas necessidades estejam sendo supridas ali, mas os de fala francesa dessa área estão espiritualmente abandonados.
3. Determinar a receptividade ao Evangelho.

4. Determinar os métodos que você usará para alcançar estas pessoas. Qual é a melhor maneira de alcançá-las? Quem deve alcançá-las?

COMUNICAÇÃO EM MASSA DO EVANGELHO:

Paulo comunicou o Evangelho através da comunicação em massa. Ele aproveitou a oportunidade de dirigir-se às grandes multidões:

“Em Icônio, Paulo e Barnabé, como de costume, foram à sinagoga judaica. Ali falaram de tal modo que veio a crer grande multidão de judeus e gentios” (Atos 14:1).

DISCIPULADO INDIVIDUAL:

Paulo pregou às multidões, mas ele também conhecia o valor de investir sua vida em alguns homens-chave que poderiam também ensinar a outros. Timóteo era um destes homens, assim como Tito e João Marcos, que uma vez havia recusado o treinamento de discipulado (Atos 15:36-40). Foi Paulo quem, através do Espírito Santo, revelou o plano de Deus para cada crente multiplicar-se espiritualmente (2 Timóteo 2:2).

Trabalhar com outros crentes, como Barnabé e Silas, assim como os discípulos que ele treinou, grandemente multiplicou o ministério do Apóstolo Paulo. Em sua segunda e terceiras jornadas missionárias, Paulo alistou a ajuda de colaboradores que eram nativos da região onde eles planejaram trabalhar. Este é um principio importante. Os africanos podem alcançar melhor os africanos. Os índios podem alcançar melhor ao seu próprio povo. Os asiáticos podem penetrar melhor em seu próprio continente com o Evangelho. Eles falam o idioma, entendem os costumes, e já têm se ajustado ao estilo de vida.



TESTE O SEU CONHECIMENTO

1. Escreva o Versículo-Chave de memória.
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2. Quais são os dez passos do ciclo de plantar igrejas?
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3. Quais foram as sete prioridades do ministério do Apóstolo Paulo?
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(As respostas se encontram ao final do último capítulo neste manual.)
PARA ESTUDO ADICIONAL

1. A evangelização e plantação de igrejas feitas pelo Apóstolo Paulo se resume frequentemente na forma de três jornadas missionárias:

A primeira jornada: Atos 13:1-14:28
A segunda jornada: Atos 15:36-18:22
A terceira jornada: Atos 18:23-21:14

2. Estude mais sobre o ciclo de plantar igreja que foi usado por Paulo em cada cidade, revendo os eventos que ocorreram na cidade de Éfeso:

Pessoas contatadas: Atos 18:19; 19:1,8,9
Evangelho comunicado: Atos 19:4,9,10
Ouvintes convertidos: Atos 19:5,18
Crentes congregados: Atos 19:9-10
Fé confirmada: Atos 20:20, 27,
Líderes consagrados: Atos 20:17,28; 1 Timóteo 1:3,4
Igreja encomendada: Atos 20:17; Efésios 1:1-3,15,16

3. Aqui está uma lista prática para acompanhar na plantação de igrejas:

PREPARAÇÃO ESPIRITUAL:

___ Eu tenho gastado muito tempo pensando e oração sobre plantar esta igreja.

___ Eu estou convencido de que Deus está levando-me a plantar esta igreja.

___ Eu não estou fazendo isso para agradar as pessoas.

___ Eu tenho uma visão para esta igreja, por que ela é necessária e como Ela será.

(Escreva isto numa “Declaração de Propósito”. Cada congregação tem um propósito específico e único para realizar dentro do propósito geral e global de Deus para o mundo inteiro ser alcançado com o Evangelho. O curso do Instituto Internacional Tempo de Colheita, “Administração Por Objetivos”, lhe ensinará a identificar seu propósito e declará-lo em termos claros).

___ Eu creio que tenho as qualidades espirituais apropriadas para um plantador de igrejas.

Aqui estão algumas qualidades que são importantes para um plantador de igrejas. Ele deve ser:

 Chamado por Deus a este ministério específico.
 Capacitado por Deus como um líder para equipar outros para o ministério.
 Ter as qualificações bíblicas para a liderança de 1 Timóteo 3:17.
 Capaz de suportar solidão e frustração sem desencorajar-se facilmente.
 Capaz de ganhar e liderar a outros.
 Um homem de fé, crendo que Deus fará grandes coisas.

SELECIONANDO A ÁREA DESIGNADA:

___ Eu tenho orado pela área em que devo plantar um grupo de crentes.
___ Eu tenho feito uma análise ambiental.


___ O alcance geográfico deste grupo tem sido claramente definido.

(Obtenha um mapa para o ajudar nisto, junto com a informação reunida na análise ambiental).

___ Eu tenho concluído uma pesquisa das necessidades da comunidade de pelo menos 100 pessoas desta área não-alcançada.

(Esta pesquisa ajudará a fazer a evangelização pessoal e determinará as necessidades espirituais e receptividade da área).

Na página seguinte há um formulário que você poderia usar em seu estudo:


PESQUISA DA COMUNIDADE

Data de Visitação: __________

Nome: ________________________________

Direção: ____________________________________________________________

Os membros da casa:

Esposo ____ Esposa ____ Número de filhos ____

(1) Você é um membro ativo de uma igreja local? (Esta pergunta pode levar a possíveis pessoas para evangelização. Lembre-se que entra numa nova área com o propósito de evangelização, não para tirar as pessoas das igrejas existentes).

___ É um membro ativo. ___ Não é um membro ativo.

(2) Qual é a maior necessidade entre as pessoas desta área? (A resposta recebida para esta pergunta ajudará a identificar os ministérios que podem ser necessários nesta área geográfica em particular. Também ajudará a relacionar os esforços de evangelização às necessidades das pessoas).
_____________________________________________________________________

(3) Qual a sua opinião que leva as pessoas aqui não participar de uma igreja? (Esta pergunta proporciona oportunidade para tratar com as objeções que as pessoas tem).
_____________________________________________________________________

(4) O que é que poderia ser feito especificamente pela sua família? (Esta pergunta provê a oportunidade para começar a servir a esta família, com a meta final de evangelização).
__________________________________________________________________________________________________________

(5) Tem algum amigo ou parente que poderia estar interessado num grupo de partilha cristã? (Isto provê contatos adicionais para evangelização).
_____________________________________________________________________

Marque os itens aplicáveis:

___ Um bom contato
___ Ativo noutra Igreja
___ Deseja outra visita
___ Deseja uma Bíblia
___ Deseja literatura cristã sobre ______________________________

ORGANIZAR O NÚCLEO DO GRUPO DE CRENTES:

Liste os nomes daqueles que podem unir-se em uma equipa de oração pelo novo grupo:
_______________________________ ______________________________
_______________________________ ______________________________
Identifique aqueles que podem formar o núcleo para o novo grupo. Eles podem ser novos crentes que simplesmente têm sido convertidos nessa área ou crentes maduros que serão enviados por uma igreja-mãe para ajudar a plantar um grupo de crentes numa área específica.
_______________________________ ______________________________
_______________________________ ______________________________
_______________________________ ______________________________

___ Nós temos selecionado um nome para o grupo.
___ Nós temos uma Declaração de Propósito.
___ Nós temos uma Declaração Doutrinária escrita que declara o que a igreja crê.
___ Nós temos completado os documentos a enviar aos oficiais da freguesia ou do bairro a ser evangelizado.
___ Nós temos estabelecido os requisitos para quem deseja tornar-se membro.
___ Nós temos estabelecido um orçamento financeiro.

ESTABELECER A LIDERANÇA DO GRUPO DE CRENTES:

___ Nós temos identificado que líderes serão necessários para começar o grupo de crentes e que assistirão regularmente.
___ Nós temos identificado futuras necessidades de liderança para a igreja.
___ Nós temos mobilizado o núcleo para a obra do ministério baseando-se nos dons espirituais.

SELECIONAR O LUGAR DE REUNIÃO:

___ O lugar que nós temos selecionado para reunir é visível na comunidade (as pessoas podem vê-lo e podem encontrá-lo facilmente).

___ Ele é acessível (pode chegar-se lá facilmente através de transporte público e/ou caminhando).

___ Ele reúne os requisitos para estacionamento (se os membros usam veículos para ir ao grupo).

Grupo Familiar (Casa de Crentes):

 Uma sala para uso múltiplo que pode ser usado para adoração, oração, e comunhão.
 Proporciona comunhão íntima.
 Nenhum custo no uso.
 É um método do Novo Testamento.
 Enquanto ele se torna mais cheio, pode motivar o núcleo do grupo para buscar lugares mais adequados para permitir o crescimento.

Possíveis Desvantagens:

 Alguns podem sentir incomodo de ir a uma casa particular a menos que eles conheçam o dono.
 Há estacionamento e assentos limitados.
 Às vezes, os vizinhos não apreciam ter uma igreja caseira perto deles.
 Pode ser uma dificuldade para a família do organizador ter que abrir a sua casa várias vezes por semana a outras pessoas.

Um Lugar Neutro da Comunidade:

Este tipo de lugar poderia ser um salão de reuniões de um povo, um centro de conferência, um clube social, escola, sala de conferências de um hotel, ou centro de recreação. (Nota: Ao selecionar um lugar da comunidade, o uso de uma capela fúnebre normalmente não é recomendado. As pessoas associam a capela com os enterros e podem trazer recordações para aqueles que tem sofrido a perda de amigos ou parentes).


 Fiz-me de tudo para com todos para de alguma maneira salvar a alguns: Veja 1 Coríntios 9:19-23. Não há nenhuma abordagem padrão para alcançar o não-salvo. Em lugar de orar, “sobre o que pregarei?” Ore, “A quem eu estarei pregando?” Olhe as pessoas que Deus está trazendo ao seu cuidado.

 Foque a sua mensagem nas “boas novas” do Evangelho: Ele não é o Evangelho a menos que seja boas notícias. Considere as seguintes perguntas:

o O título da mensagem implica que eu tenho boas notícias para compartilhar?
o A mensagem oferece a ajuda prática da Palavra de Deus?
o Qual é a maneira mais positiva de apresentar esta mensagem?
o Qual é a maneira mais simples de apresentá-la? (Simples não significa de pouca profundidade. Jesus apresentou mensagens bem simples, mas bem profundas).
o Como eu posso apresentá-la com o impacto mais forte? (Os Fariseus citaram outros e não teve muito impacto. Os discípulos compartilharam a experiência e vidas foram transformadas. Compartilhe pessoalmente, honestamente, e com entusiasmo e convicção).
o Qual é a maneira mais interessante de falar as boas novas? (Jesus usou histórias de interesse humano e parábolas compreendidas pelo homem comum).

 Diminua os avisos da igreja: Estes podem ser dados por um boletim impresso ou de outras maneiras. As pessoas não-salvas vêm porque elas têm necessidades em suas vidas, não para ouvir falar dos programas e eventos da igreja.

 Selecione as passagens bíblicas e as canções cuidadosamente: Assegure-se de que elas enfocam o não-salvo e são fáceis de entender. Por exemplo, textos bíblicos sobre “golpear seus pequenos contra a parede” das profecias do Antigo Testamento não serão entendidas facilmente pelo não-salvo (às vezes, nem pelos crentes!) Assegure-se que as canções são facilmente compreendidas e estão focadas no não-salvo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Grande Conflito - Testemunho de Ex-guitarrista de banda de rock

Introdução Operação Fermento

 Quase dois terço da população do mundo nunca ouviu a mensagem do Evangelho.
 Milhares de grupos de povos nunca foram alcançados para o Senhor Jesus.
 Muitas tribos nunca receberam os seus primeiros missionários.
 Há cerca de 1.700 idiomas sem a Palavra escrita de Deus.
 A população do mundo dobrará em menos de 50 anos.


Quando nós pensamos em estatísticas como estas, a partir do ponto de vista de cumprir a Grande Comissão do Senhor Jesus Cristo para levar o evangelho do Reino de Deus a cada criatura, nós reconhecemos que estamos diante de uma grande tarefa. É uma tarefa tremenda, mas ela não é impossível.

Muitos cursos sobre evangelização enfocam no mandamento para “Ir” a todas as nações com o evangelho. Eles enfatizam a pregação e ensinamento da mensagem do evangelho. Este curso difere, pois ele também enfoca no que Jesus disse para fazer “à medida que seguirdes” e o padrão da Igreja do Novo Testamento do que fazer “enquanto você estiver ali”. O curso se divide em três partes:

Parte Um é intitulada “Ide”. Ela enfoca no mandato dado por Jesus para pregar o evangelho do Reino de Deus a cada criatura. Inclui instruções acerca da mensagem a ser compartilhada, os mensageiros, como comunicar o evangelho e os receptores da mensagem. Métodos de evangelismo também são ensinados, com ênfase naqueles usados nos tempos do Novo Testamento. A evangelização Pessoal e em massa se discutem, com instruções específicas sobre como tratar com dificuldades e o acompanhamento dos novos convertidos. Instruções são dadas também sobre planeamento e mobilização dos recursos espirituais e como funcionar em rede com outros no evangelismo.

Parte Dois é intitulada “À Medida Que Seguirdes”. Nos Evangelhos, Jesus nunca comissionou ninguém para pregar o evangelho sem também lhe ordenar a ministrar cura e libertação. Ele disse que “à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demónios; de graça recebestes, de graça daí” (Mateus 10.1, 7-8, tradução do original). Enquanto as multidões vinham para receber cura e libertação, a colheita espiritual começou a multiplicar-se tão rapidamente que novos obreiros foram necessários. Não demorou a que 70 mais discípulos fossem necessários e enviados para pregar, ensinar, curar e libertar. Foi a demonstração de poder “à medida que eles iam” que resultou em rápido avanço do evangelho por todo ou mundo. Por esta razão, a Parte Dois deste curso enfoca no ministério de cura e libertação que deve acompanhar a pregação e o ensinamento do evangelho.

Parte Três enfoca no padrão revelado pela igreja do Novo Testamento do que fazer “enquanto você estiver ali”. O propósito do evangelismo não está completo até que uma igreja seja plantada entre um grupo de novos crentes. Evangelismo para estabelecer igrejas locais é como trazer filhos ao mundo e não assumir a responsabilidade por seu subsequente cuidado. Uma pessoa não deve ser considerada “evangelizada” até que ela se torne um membro responsável e ativo de uma igreja local. Para realizar isto, ali deve haver uma igreja local. Uma área não deve ser considerada evangelizada até que uma igreja seja plantada.

Esta tríplice abordagem do evangelismo é chamada de “evangelismo como fermento” porque ele espargirá o evangelho por todo o mundo rapidamente assim como o fermento penetra a massa de pão. O fermento pode ser pequeno e oculto, mas ele é de grande impacto.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Evangelismo Corporativo e Testemunho

Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (2Tm 2:2, NVI).
Leituras da semana: Ec 4:9-12; Sl 37; Fp 1:5-18; Ef 4:15, 16; Cl 1:28, 29
Pensamento-chave: A disseminação da verdade de Deus não se limita aos ministros. A verdade deve ser espalhada por todos os que alegam ser discípulos de Cristo.

Como vimos, é importante que todos os cristãos reconheçam o potencial que Deus lhes deu. As Escrituras dão muitos exemplos nos quais os cristãos usaram seus dons enquanto trabalhavam com os líderes em uma equipe do ministério de evangelismo.

Em Atos 13:13, a referência de Lucas a “Paulo e seus companheiros” sugere que o apóstolo Paulo era o líder reconhecido de um grupo missionário que incluía Barnabé (v. 1). Lucas nos diz que, às vezes, o trabalho missionário de Paulo e Barnabé demostra que eles trabalhavam juntos (At 13:50, 14:1).

Às vezes é difícil para alguém se envolver no programa de evangelismo e testemunho na igreja local porque os líderes não estão constantemente procurando pessoas capacitadas para incorporar nessa obra.

Na semana passada, estudamos a contribuição individual dos membros em relação ao evangelismo e testemunho da igreja. Nesta semana, consideraremos alguns aspectos das estratégias corporativas da igreja e como os indivíduos podem se envolver.

DomingoPermitindo que a mão esquerda e a direita saibam

Muitas pessoas na igreja estão envolvidas, enquanto outras, por várias razões, atuam relativamente pouco. De toda maneira, as pessoas muitas vezes não sabem o que sua igreja está planejando nem em que direção trabalha. Consequentemente, não percebem como as atividades em que estão envolvidas contribuem para alcançar os objetivos gerais da igreja.

1. Quais são as vantagens de trabalhar em grupo no contexto profissional e social? Podemos aplicar essa verdade ao contexto missionário? Ec 4:9-12

Esses versos descrevem os benefícios da ajuda mútua, do apoio e cuidado em qualquer situação. O que é verdade para duas ou três pessoas também é verdade para a igreja local. Para que as bênçãos descritas em Eclesiastes 4:9-12 se realizem, cada pessoa deve estar ciente do que os outros estão fazendo ou planejando. Se as pessoas não têm conhecimento disso, como podem saber que tipo de apoio é necessário e quando? Assim, se os membros não conhecem o programa de testemunho e evangelismo da igreja, como poderão ajudar? Infelizmente, devido à falta de apoio, os que estão na linha de frente do testemunho e evangelismo às vezes pensam que ninguém se preocupa com esse ministério vital, quando, na realidade, o problema é que os outros membros não sabem o que está acontecendo.

2. Que tarefas de apoio foram realizadas por Lídia e pelo carcereiro? Como essas atividades contribuíram para a missão geral de pregar o evangelho? At 16:14, 15, 33, 34

Inicialmente pode parecer que certas atividades não têm nenhuma relação com as estratégias de evangelismo e testemunho da igreja. Mas, após um exame mais aprofundado, elas se revelam vitais ao processo geral. Os que proveem alimentação e abrigo para um evangelista visitante desempenham parte essencial, assim como os que recepcionam as pessoas que comparecem às reuniões. Muitos membros da igreja se dispõem a apoiar quando sabem qual é o programa, o que é necessário e quando estão certos de que sua contribuição é parte integrante do programa geral da igreja. Nesse contexto, é importante permitir que “a mão direita saiba o que a mão esquerda está fazendo”.

Segunda-feira
Planejando juntos

Muitas vezes, o planejamento dos objetivos e estratégias para evangelismo e testemunho, envolve pouquíssimas pessoas. Então, quando os planos são estabelecidos, aquelas poucas pessoas se lançam na tarefa de tentar envolver os outros nas fases de implementação. É muito melhor envolver um grupo maior desde o início. Por isso, o Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia afirma que a principal preocupação da comissão da igreja é o trabalho de planejar e promover o evangelismo em todas as suas fases.

3. O que deve caracterizar o culto oferecido a Deus? Que vantagem esse princípio pode trazer ao trabalho evangelístico? Quais são os prejuízos da falta de planejamento ou de um plano inadequado para o evangelismo? 1Co 14:40

Há uma série de erros que as igrejas podem cometer ao considerar seu envolvimento no testemunho e evangelismo. Elas podem definir os alvos, mas deixar de apresentar estratégias necessárias para alcançá-los. Podem tentar trabalhar com algumas estratégias sem fixar nenhum alvo definido, ou podem tentar fazer as duas coisas, mas sem considerar um processo de avaliação. Alvos e planos caminham lado a lado, mas os objetivos sempre vêm em primeiro lugar, para que sejam estabelecidos os planos que permitam alcançar tais objetivos. Além disso, é o processo de avaliação que ajuda a manter a igreja no caminho certo e mede o progresso em direção aos seus objetivos.

Cada igreja deve estar ciente do conceito de propriedade do objetivo. Os que estabelecem objetivos e estão envolvidos no planeamento estratégico são tipicamente os que aderem ao processo e seguem na mesma direção. É importante, portanto, que tantas pessoas quanto possível dêem alguma contribuição em cada fase do planeamento, a fim de que elas também tenham um senso de propriedade. Se isso não acontecer, muito provavelmente, os planos a longo prazo passarão a ser propriedade de alguns poucos escolhidos que lutarão para cumpri-los. Nesse caso, o sucesso é improvável.

4. Que certeza podemos ter em relação ao sucesso das nossas atividades de testemunho, evangelismo e muitas outras coisas? Que princípios e promessas Deus tem para nós diante desses desafios? Sl 37

Terça-feira
Trabalhando em equipa

É lógico pensar que havia momentos em que cada um dos discípulos compartilhava sua fé de pessoa para pessoa, mas, na maior parte do tempo, percebemos que eles compartilhavam o ministério com outros discípulos e eram apoiados por outros cristãos. Há algo especial em trabalhar de acordo com um plano global e receber apoio e incentivo de outras pessoas da equipe.

A Bíblia provê um modelo eficaz para evangelismo e testemunho, e não deve nos surpreender o fato de que, mesmo hoje, quando Deus levanta alguém para uma grande responsabilidade, Ele inspira uma equipe para se reunir em torno do líder.

5. Que lição simples podemos aprender com o fato de que Jesus tinha uma equipe de discípulos? Mt 10:2-4; Mc 3:16-19; Lc 6:12-16

Sem dúvida, os primeiros cristãos trabalhavam em grupos. Existe muito sentido nisso. Além do fato de que cada pessoa tem dons e talentos únicos e específicos que outros não têm, há também uma proteção no trabalho em equipe. Há um senso de responsabilidade: os outros estão observando você, podem guiá-lo e podem ajudá-lo a evitar uma direção que poderia levá-lo a uma tragédia. A maneira ideal de fazer evangelismo é ter uma equipe sólida de irmãos e irmãs fiéis, na qual cada um cuida do outro e todos têm um objetivo comum a alcançar.

6. Que elogios de Paulo indicam que os cristãos de seu tempo estavam envolvidos no testemunho e evangelismo em equipe? Fp 1:5-18

No início de sua carta aos Filipenses, Paulo fala de sua cooperação no evangelho (v. 5). Eles haviam defendido e confirmado o evangelho (v. 7) e tinham anunciado a Palavra de Deus sem medo (v. 14). Ele também compartilhou sua alegria porque a mensagem de Cristo era pregada continuamente (v. 15-18). Lembre-se, Paulo estava escrevendo para a igreja, não aos indivíduos. Claro, ela era formada por indivíduos que pregavam a Cristo, mas o fato de Paulo elogiar a igreja, revela que essa pregação evangelística era uma estratégia corporativa.

O desejo de testemunhar já expôs você a tentações que teriam sido evitadas se estivesse trabalhando em equipe? Por que é importante cultivar a atitude de humildade e responsabilidade se você planeja trabalhar em grupo?

Quarta-feira

Cada pessoa faz sua parte

Quando uma igreja unida está concentrada na tarefa evangelística diante dela, o Senhor abençoa seus esforços combinados. Cuidadoso estudo da Bíblia revela quanto do Novo Testamento foi escrito para mostrar aos cristãos como viver e trabalhar juntos e em harmonia. Passagens que trazem a expressão “uns aos outros” estão espalhadas abundantemente em suas páginas. Somos ordenados a amar uns aos outros (Jo 15:12), perdoar uns aos outros (Ef 4:32), e orar uns pelos outros (Tg 5:16), entre outra coisas. Além das passagens com a expressão “uns aos outros”, existem muitos textos bíblicos relacionados com a igreja corporativamente, com o trabalho que ela faz, e com seu crescimento.

7. Como o trabalho em equipe contribui para o crescimento e edificação da igreja? Ef 4:15, 16

Paulo nos diz que é da vontade de Deus que cresçamos em Jesus Cristo. Isso mostra que o corpo da igreja está em uma jornada espiritual e, até certo ponto, essa é a nossa própria caminhada espiritual. No entanto, o texto explica que o crescimento de cada indivíduo afetará o crescimento do corpo, tanto numericamente quanto espiritualmente.

À medida que os cristãos crescem em Cristo, acontece algo maravilhoso e sobrenatural. Por meio de suas contribuições pessoais, eles são “ajustados e unidos” à igreja como um todo. A máxima eficácia de qualquer igreja é alcançada quando cada membro faz sua parte. De acordo com Atos 1:12-14, o que os primeiros cristãos fizeram enquanto esperavam em Jerusalém o prometido Espírito Santo?

A resposta deve nos dizer muito sobre o que significava adoração coletiva. Na verdade, os primeiros cristãos só ficaram prontos para a tarefa de cumprir a comissão evangélica depois que o Espírito Santo foi derramado sobre eles. Esse grupo, totalizando cerca de cento e vinte pessoas, estava unido em oração e continuava em comunhão. Sem dúvida, era a promessa do Espírito Santo, feita por Jesus, que os unia e constantemente os aproximava em oração, enquanto esperavam o poder que os habilitaria a cumprir a ordem do Senhor. A igreja hoje deve fazer o mesmo.

Quanto tempo e esforço sua igreja, como um todo, dedica ao trabalho de alcançar pessoas, ao testemunho e evangelismo? Em contraste com isso, quanto tempo é dedicado a questões internas, desde a liturgia, formato da adoração, música, etc.? Comente com a classe.


Quinta-feira


A necessidade de unidade coletiva


Tem sido dito, e com razão, que um cristianismo que não começa com o indivíduo não começa de fato, mas um cristianismo que fica apenas com o indivíduo acaba morrendo. Essa declaração ressalta a importância da integração de cada novo cristão ao corpo de crentes. Como ocorre com o testemunho e evangelismo, também é verdade que a integração não pode ser tarefa apenas de certos indivíduos na comunidade. Integração é responsabilidade de toda a igreja.

8. Que objetivo específico deve ser alcançado na experiência cristã? O que a igreja deve fazer para cumprir esse propósito? Cl 1:28, 29

A maturidade cristã, o crescimento até a plenitude de Cristo (Ef 3:19), é o correto objetivo da congregação local. Trabalhar pela maturidade dos novos conversos é tão importante quanto trabalhar para levá-los a aceitar a Cristo e se unir à Sua Igreja. Na verdade, o trabalho de integração da igreja ajudará a garantir que seus esforços evangelísticos não se tornem perda de tempo. Geralmente, antes do começo de qualquer projeto de evangelismo e testemunho, há um tempo de preparação da igreja, quando focalizamos o transporte, cuidado das crianças, recepcionistas, equipes de oração e grupos de visitação. O apóstolo Paulo nos instruiria a focalizar a integração como outra parte importante dessa preparação. Considere a pergunta a seguir:

9. O que é mais importante perguntar, e por quê? Como os novos cristãos podem se envolver na vida da igreja e em seus programas? Como a igreja pode entrar na vida dos novos cristãos e ajudá-los a amadurecer? De que modo esses dois conceitos estão relacionados?

Muitas vezes vemos o trabalho de acompanhamento e integração como de responsabilidade de quem levou a pessoa a Jesus Cristo. Para constatar que esse não é o método bíblico, precisamos apenas entender que teria sido impossível para o apóstolo Paulo alimentar todos os que creram por intermédio de seu ministério. Acompanhamento não é apenas o trabalho de um ou dois líderes designados, mas é o trabalho de toda a igreja.

Muitas vezes lamentamos o fato de que os novos cristãos entram pela porta da frente e saem pela porta de trás logo em seguida. Essa é uma tragédia de consequências eternas.

Sexta-feira

Alvos realistas têm quatro características:
1. Acessíveis. As finanças desempenham um papel importante em muitas estratégias da igreja. Considere os custos com publicidade, transporte, materiais, correspondências, aluguel de espaço, alimentação, etc.
2. Realizáveis. Os alvos são atingíveis? Temos dinheiro, tempo, apoio, instalações e pessoal para alcançar os resultados? É melhor começar com um projeto pequeno e desenvolver um projeto maior, à medida que outros se unem à equipe, ao mesmo tempo em que é dado apoio a outras áreas importantes.
3. Sustentáveis. Se um ministério de evangelismo é bem-sucedido, vale a pena repeti-lo. Pode ser que seu ministério seja parte de uma estratégia permanente. Nesse caso, é preciso olhar para a frente, a fim de organizar o que for necessário para sustentar esse ministério.
4. Sujeitos à avaliação. Tenha certeza de que são avaliados continuamente todos os aspectos do ministério, equipe, finanças, treinamento, resultados, etc. Devem ser estabelecidos e respeitados períodos de avaliação definidos e regulares. Examine a forma pela qual esse empreendimento contribuiu para o evangelismo geral da igreja.


Perguntas para reflexão

1. Por que as igrejas muito ocupadas com lutas internas raramente se envolvem na obra de alcançar pessoas? Como o esforço para alcançar os perdidos poderia unificar uma igreja?
2. “Ao trabalhar em lugares em que já se encontram alguns na fé, no começo o pastor não deve buscar tanto converter os incrédulos quanto treinar os membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 196 http://www.cpb.com.br/produto-89-obreiros+evangelicos+encadernado.html). Quantos membros de sua igreja têm pelo menos uma ideia de como trabalhar pelas pessoas? Se não são muitos, como essa situação pode ser melhorada?


Respostas sugestivas: 1. Mais resultados e progresso; apoio mútuo; calor humano; proteção e resistência; evangelizar em grupo aumenta as chances de vitória. 2. Hospedagem dos missionários; cuidados com a saúde; provisão de alimentos; acolhimento. 3. Ordem e decência; planeamento e qualidade trazem mais êxito ao evangelismo; sem um plano adequado a igreja acaba regredindo. 4. Agradar-se do Senhor; confiar nEle; fazer nossa parte e o mais Ele fará; satisfará desejos dos justos; eles serão uma bênção. 5. Jesus escolheu, em oração, um grupo para participar de Sua obra e anunciar a salvação; diferentes talentos; necessidades específicas. 6. Eles estavam cooperando constantemente no evangelho; eram participantes da graça ao lado de Paulo. 7. O amor de Cristo faz com que as partes do corpo se ajustem umas às outras; pela cooperação dos membros, o corpo cresce. 8. Perfeição em Cristo; anunciar, advertir, ensinar na sabedoria do evangelho, se afadigar e se esforçar, segundo a eficácia de Cristo. 9. Como a igreja pode entrar na vida dos... cristãos...? Relação: a igreja integra as pessoas, as quais são motivadas a alcançar outras.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Movimento Leigo – Motivação Genuína


Motivação é o ímpeto que leva o ser humano ao movimento. [i] É aquela força interna que o faz fazer o que ele faz. [ii] É uma mescla entre razão e emoção que se concentram para alcançar algo.
Quem conhece os motivos do coração humano? Parece que numa quantidade considerável das vezes, nem nós mesmos sabemos o que nos move. (cf. Jr. 17:9)

As nossas escolhas são fortemente influenciadas pelo nosso sistema de valores e maneira como vemos o mundo – a nossa mundivisão. [iii] Aquilo que vamos elegendo como sendo mais importante, é o que mais vai nos motivar. Exemplo: se um jovem finalmente conseguiu comprar aquele carro dos sonhos, aquele que ele sempre quis, é bem provável que polir o carro, repará-lo, instalar os acessórios desejados, colocá-lo na conformação sonhada será a sua maior motivação. Essa é paixão do seu coração, e é ali que ele vai colocar todo o empenho, finanças e tempo – naquilo que em seu sistema de valores (emocional ou racional) ele elegeu como sendo mais importante. Se no momento em que ele estiver cuidando do seu carro alguém o convidar para ir à igreja, ele provavelmente vai preferir ficar cuidando do carro.

Sistema de valores baseado nas emoções X sistema de valores baseado em escolhas racionais
A maior parte da população faz escolhas construídas nos seus gostos pessoais ou nas emoções do momento. [iv] As consequências geralmente são catastróficas. No calor da paixão, no impulso movido pelos gostos pessoais, não se faz boas decisões – a motivação não foi analizada pela razão. Não houve tempo de se avaliar as consequências e o efeito que esta escolha terá sobre quem a faz ou sobre pessoas que serão afetadas por essa escolha.

Os valores construídos sobre emoções, são valores mais vacilantes e menos duradouros.[v]

Por outro lado, os valores construídos sobre convicções racionais que surgiram do estudo da Bíblia, fortalecidos pela oração e consolidados pelo estudo do Espírito de Profecia, são robustos e movimentam a vida fundamentados em princípios inspirados.[vi] Esse sistema de valores procedente da Palavra, fornece uma motivação individual consistente, duradoura.

Quando a pessoa está diante da escolha de se deixar motivar por apelos superficiais emocionais, ou ser fiel à uma convicção adquirida na Palavra ela já não titubeia mais. Ela sabe onde está a verdadeira motivação, a motivação mais consistente e que trará resultados mais equilibrados e duradouros.

Liberdade e motivação
O ambiente necessário para a motivação é a liberdade completa de escolha. As pessoas são diferentes e cada uma se motiva com aquilo que assentou no seu coração.

Impor motivos, manipular a mente ou a emoção de uma pessoa faz com que ela desconfie da genuinidade de sua motivação. Ela percebe que a motivação não nasceu naquele local sagrado dentro coração que ninguém tem o direito de tocar ou manipular.

Se eu forçar uma pessoa a fazer algo, apenas pelo fato de eu querer que essa pessoa faça o que eu quero, ela não o fará genuinamente. Não estará presente aquela alegria interior, aquela força motivadora emocional e/ou racional.

Líderes que entendem a natureza humana e precisam de cooperação de um grupo, gastam tempo preparando aquele grupo, explicando o que deve ser feito, por que deve ser feito e qual a parte que cada um deve exercer para alcançar o todo. O líder verdadeiro pede licença para abordar aquele território sagrado dentro do coração humano, onde cada um tem o direito de exercer o livre-arbítrio. Ele apela para a inteligência, para o bom senso das pessoas e para o sistema de valores compartilhado por aquele grupo.

Antes de agir, o grupo liderado precisa ter uma percepção de mundo comum compreendido e aceito por todos. Quando não existe um sistema de valores comuns e nem uma percepção de mundo semelhante, não vai haver motivação do grupo. A comunicação fica prejudicada por que os códigos utilizados não foram “ensaiados” na “iniciação” e consequentemente são comuns a todos – a linguagem não confere.

Quando esses elementos estão acertados, uma compreensão mais ampla da natureza humana surge dos estudos apresentados por Edward Deci, em seu livro “Por que Fazemos o que Fazemos”. Ele apresenta duas maneiras pelas quais o ser humano pode ser motivado: “de fora para dentro” ou “de dentro para fora”.

Motivação extrínseca [vii] (de fora para dentro)

É quando o elemento motivador está fora da atividade. O líder usa aditivos motivadores que não fazem parte diretamente daquilo que se quer fazer.

Aqui está se falando principalmente de elementos apresentados antes da atividade, do projeto em si começar.

Existem os estímulos externos positivos: as recompensas e os estímulos externos negativos: as ameaças. Promessas de recompensas ou ameaças são feitas que não têm nada a ver com o empreendimento em si.

Exemplo 1: um prémio é oferecido – uma bicicleta – para quem ler a Bíblia toda até o final do ano. O que será que uma bicicleta tem a ver com o fato da pessoa ler a Bíblia?

Exemplo 2: se você não ler a Bíblia você será colocado de castigo por uma semana. Será que essa ameaça vai fazer com que a pessoa leia a Bíblia?

É compreensão dos especialista que as pessoas são motivadas por recompensas ou ameaças. Como é o caminho mais curto, muitos líderes fazem uso desse expediente. Esses “motivadores extrínsecos” apelam geralmente para emoções superficiais ou para valores menos nobres e consequentemente têm duração limitada.

Experiências científicas mostram que no momento em que o estímulo externo é retirado – quer seja a recompensa ou a ameaça – a pessoa cessa a atividade.

A utilização excessiva desse tipo de motivação avilta o empenho e interesseiros surgem – pessoas que não estão interessados na atividade em si, mas na recompensa que terão ao fazê-la.

Quando se trabalha com voluntários, essa é a pior maneira de envolver as pessoas em uma atividade, projeto ou ministério. As pessoas ficam confusas e os motivosincertos. Há desconfiança dos motivos de quem solicita a participação e inevitavelmente, mesmo que subliminarmente, surge uma confusão nos motivos de quem deve participar.

Há estímulos externos à atividade, no entanto, que são genuínos:

- pequenos presentes de reconhecimento não anunciados previamente

- palavras de reconhecimento pela atividade já realizada

Esses estímulos, quando intencionados para serem genuínos, não podem ser anunciados, são expontâneos, não subornantes, ocorrem mediante a tarefa já realizada, e demonstram reconhecimento e apreciação pela dedicação à tarefa em si.

Motivação intrínseca[viii] (de dentro para fora)

É quando o elemento motivador está na própria atividade. O líder prepara e organiza a atividade de tal maneira que a atividade, projeto ou ministério seja interessante. Há diferentes grupos de pessoas e cada grupo de pessoas é motivado por razões diferentes.

Exemplo 1: Um grupo de pais quer fazer um parque de brinquedos para os filhos dentro do condomínio onde moram. O líder inteligente sabe que existem pais que participarão para a) terminar logo e ter o parque, outros para b) terem o prazer de fazer algo em grupo – apreciam o senso de comunidade, outros ainda participarão c) com uma parte do processo – não querem se envolver no projeto todo, mas em tarefas específicas e outros d) gostam de participar no planeamento, muito mais do que na execução. Muitas vezes não importa a atividade ou projeto, as pessoas querem se envolver da maneira como apreciam mais fazê-lo.

Exemplo 2: Se pessoas não estão mais lendo a Bíblia, e todos os estímulos extrínsecos não funcionam, pode ser que haja necessidade do grupo entender por que fazer aquilo, e envolvê-los em dinâmicas que fazem sentido para as diferentes pessoas. Há pessoas que querem ler a Bíblia, mas gostariam de fazê-lo em grupo para discutir – o senso de comunidade é o estímulo. Outras gostariam de fazê-lo se entendessem uma maneira de fazê-lo em tempo “X” – fator de estímulo é o tempo limitado para conseguir cumprir com a tarefa. Outras ainda prefeririam estudar a Bíblia com a finalidade de aprofundar-se, de esgotar o sentido mais profunda das Escrituras – motivação: qualidade e profundidade.

Como conseguir a motivação intrínseca?

Há três elementos que compõe a motivação intrínseca, quer dizer para fazer a atividade pela própria atividade. Os estudiosos descobriram quando pessoas tem um senso de respeito por sua autonomia, por sua criatividade individual e são levados a prestar contas[ix] dentro de um espírito de comunidade não de cobrança, as pessoas não apenas irão fazer aquilo que um líder determinar, mas terão a capacidade e a vontade de tomar iniciativas por si e achar soluções para problemas e situações que de outra maneira não surgiriam.

Organizar atividades que tenham a motivação embutida na própria atividade são a sabedoria da motivação.[x]Exemplo: Um grupo de pessoas que se relacionam bem, descobrem seus dons, estudam como podem utilizá-los de uma maneira que um complemente o outro, toma a iniciativa de servir a comunidade ao redor da igreja. Enquanto eles puderem desfrutar de sua autonomia de o que fazer (direito de fazer sem interferências externas), puderem usar a sua criatividade de como fazer e forem envolvidos no companheirismo da igreja prestando contas de suas atividades para a coletividade de crentes, eles irão estar motivados com a própria atividade.

Se ainda por cima, obtiverem reconhecimento equilibrado (reconhecimento que não roube da atividade o elemento motivador) e apoio da coletividade de crentes, o ministério, projeto ou atividade funcionará com crescente alegria e satisfação.

Elementos que geram confusão

Competição:

Competição não é motivadora, pois compara uma pessoa com a outra e transporta para fora da pessoa o elemento motivador. Não é mais a atividade que estimula, mas o fato de querer ser melhor que outra pessoa.

Quando vamos fazer algum tipo de comparação, devemos fazê-lo internamente, isto é, a pessoa consigo mesma.Exemplo: hoje você fez melhor do que ontem. Vamos melhorar ainda mais para amanhã?

Motivação e relacionamento:

Creio pessoalmente que estamos tentando, desesperadamente nos despedir de uma compreensão mecânica, uniformista do ser humano. Na no ser humano é uniforme, nada que o envolve é uniforme. Não existe nada igual! Não funcionamos como máquinas! Compreendendo que somos seres relacionais, cada um com a sua maneira de ser, cada um com a sua história, suas feridas e alegrias na vida, uma abordagem mais sábia será dada ao assunto motivação.

O maior estímulo interno pelo qual as pessoas fazem o que fazem, é o amor. Não fazemos as coisas tanto pelas próprias coisas, fazemos o que fazemos por alguém. Entender o aspecto relacional como elemento motivador é sabedoria a ser adquirida.

Esse alguém precisa conquistar o respeito, o amor daqueles que quer motivar e eles o farão por amor ao líder. Talvez seja esse o mais genuíno motivo de se fazer algo. O livre arbítrio e o exercício do amor são os dois maiores elementos de motivação.

Função ou Dom?

Para o trabalho assalariado uma função pode estimular a iniciativa e trazer motivação. No entanto é um estímulo externo à atividade e por conseguinte não trará motivação duradoura, pelo contrário, depois de conseguir aquela função, a pessoa vai galgar outros cargos. Especialistas descobriram que mesmo pessoas que recebem salário, são mais motivadas quando elas são colocadas em funções mais adequadas à sua vocação e quando é dado espaço para aautonomia, a criatividade pessoal e a prestação de contas em espírito comunitário (espírito de equipe).

Voluntários principalmente são estimulados ao comprometimento com projetos, atividades e/ou ministérios quando existe estímulos intrínsecos, como descrito acima.

Conclusão

Como líderes somos chamados a suplicar a Deus a capacidade de estudar a natureza humana a ponto de que saibamos o que de fato motiva, as atividades que trarão a motivação intrínseca, dando plena liberdade para que cada um faça aquilo que ela se sentir chamado e isso com ordem e decência.

Como fazer com que as atividades da igreja, contemplem a coletividade? Como levar uma coletividade a fazer uma tarefa, sendo que cada um tem um desejo diferente do outro? Que tipo de atividades desenvolver para que uma coletividade se sinta livremente envolvida e estimulada a fazer o que precisa ser feito?

Líderes são chamados a achar soluções para que a coletividade de uma igreja seja estimulada a levar a causa de Deus avante. Aqui algumas dicas que poderão contribuir na prática de descobrir dons e talentos nas pessoas, envolvê-las em ministérios, projetos e atividades, desenvolver comprometimento com o todo e trazer vigor e crescimento para a igreja.

- O diálogo construtivo é um elemento fundamental nesse assunto. Me preocupo quando uma igreja é absorvida com preconceitos, tradicionalismos vazios e formas fixas. Me preocupo com uma igreja que não conversa mais sobre os assuntos que a apertam. Me preocupo com uma igreja que por medo de ver o que não gostaria, evita tematizar aquilo que aflige a todos.

- Ministérios organizados conforme os dons dos membros[xi] é outra ferramenta poderosa para despertar motivação na igreja local. Quando cada discípulo de Cristo entende como Deus quer utilizar a sua vida, qual é o plano de Deus em sua vida, e pode – tem o direito – de usar a sua vida sob a direção do Espírito de Deus, uma alegria renovada surge.

- Uma visão clara para a igreja local une os membros, dá foco para os ministérios e atividades. Os ministérios segundo dons tendem a ser dispersos em suas atividades, isto é, cada um puxa numa direção e cuida de seu ministério. Uma visão clara, construída por meio do diálogo construtivo dentro da igreja, e um planejamento que auxilie a igreja a dar, passo a passo, cumprimento à visão, leva cada ministério a contribuir para um todo combinado (cf. Mt. 18:19).

- Quando existe um sistema de apoio, assalariados e voluntários são muito mais estimulados ao comprometimento com o todo, muito mais do que quando deixados a trabalhar de maneira solitária.
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[i] Rudolph, Udo. Motivatiospsychologie. Weinheim: Belz, 2003.

[ii] Deci, Edward. Por que Fazemos o que Fazemos. São Paulo: SP, 2002.

[iii] Bauer, Bruce. Spirituality. Anotações de Aula, UAP, 2011.

[iv] Reeve, J. Marshall. Motivação e Emoção. Rio de janeiro: RJ, 2006.

[v] Ibid.

[vi] Ver http://discipulado.numci.org e http://espiritualidade.numci.org.

[vii] Deci, Ibid.

[viii] Ibid.

[ix] Ibid.

[x] Heckhausen, Jutta & Heins. Motivation and Action. Cambridge University Press, 2008.

[xi] Ver http://discipulado.numci.org.br.